Técnica de Produção de Plantas Transgênicas
A produção e utilização de plantas transgênicas tem provocado um grande debate tanto na comunidade científica como na mídia. Geralmente pessoas com diferentes pontos de vista apresentam os benefícios e riscos do uso dessa tecnologia para o melhoramento, produtores, meio ambiente e consumidores.
As primeiras plantas transgênicas foram desenvolvidas em 1983, quando um gene codificante para a resistência contra o antibiótico canamicina foi introduzido em plantas de fumo (Gander & Marcellino, 2000, p. 68). Desde então, após os primeiros testes de campo com plantas transgênicas, já foram realizados experimentos com mais de 40 espécies de culturas agrícolas transformadas em 31 países (Bilang & Potrikus, 1997). Desde que se iniciou o uso comercial de plantas transgênicas nos Estados Unidos, em meados da década de 90, tem havido um crescimento médio de 20% ao ano na oferta de novos produtos provenientes da engenharia genética (Kleinmann, 1998).
No decreto n° 4.680, de 24 de abril de 2003 - D.O.U de 25/04/2003 regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no- 8.078, de 11 de setembro de 1990, quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, sem prejuízo do cumprimento das demais normas aplicáveis.
Organismos geneticamente modificados (OGMs) ou transgênicos podem ser plantas, animais ou microrganismos que tiveram no seu material genético a introdução de DNA proveniente de outro organismo. Em alguns casos, esse organismo podem ser outro individuo da mesma espécie, ou o mais comum, de outra espécie com o qual não há cruzamento natural. O uso dessa técnica no melhoramento de plantas permitirá aumentar a produção, reduzir perdas na pós-colheita, obter culturas mais tolerantes ao estresse ambiental, obter culturas que usem mais eficientemente nitrogênio e fósforo; aumentar o valor nutricional dos alimentos; obter plantas resistentes a herbicidas, pragas e ou doenças; desenvolver alternativas para indústrias como as de combustíveis e farmacêuticas. A geração dos organismos geneticamente modificados tem sido alvo de polêmica e discussão nos diversos segmentos da sociedade. Porém, não se deve generalizar o uso dos transgênicos, pois cada um deve ser analisado quanto às suas vantagens, desvantagens e contribuição à melhoria da qualidade de vida.
Uma das técnicas de produção de plantas transgênicas podemos citar a alteração do amadurecimento. Diferentes estratégias podem ser usadas na obtenção de plantas transgênicas com maturação alterada. O processo de maturação pode ser alterado desligando genes responsáveis pela síntese do etileno, bloqueando a ação do etileno e desligando genes expressos durante a maturação.
A primeira planta transgênica liberada para o plantio comercial foi o tomate Flavr Sarv da empresa Calgene, em 1994. Esse tomate possuía um gene antisenso para a enzima poligaracturonase (degrada a pectina da parede durante o amadurecimento), a enzima é normalmente degrada na pectina na parede celular assim, resultando na suavização de frutas que os torna mais suscetíveis de serem danificados por fungos infecções. Os tomates modificados são colhidos antes de ficarem totalmente maduros sendo, então, artificialmente amadurecidos utilizando gás etileno que age como um hormônio vegetal, colhendo os frutos ainda verdes, enquanto permite fácil manuseio e vida útil prolongada, possuindo uma vida de prateleira mais longa que um tomate convencional. A estratégia antisenso é utilizada quando se quer diminuir ou bloquear a ação de um gene. Nesse caso, a planta é transformada com um fragmento de DNA do gene alvo em orientação oposta à orientação normal. A transcrição do transgene gera um RNA (RNA antisenso) que é complementar ao RNAm do gene que se quer alterar. O RNA antisenso se liga ao RNAm do gene alvo, bloqueando sua tradução e a formação da proteína correspondente.

Conclusão
A produção de plantas transgênicas, apesar de trazer uma série de vantagens para a melhoria, não diminui a importância do melhoramento convencional. Na verdade, as técnicas de engenharia genética vieram apenas auxiliar a melhoria a fazer um trabalho mais eficiente.
O maior benefício da biotecnologia vegetal para a humanidade, entretanto, será, sem sombra de dúvidas, a produção de plantas melhoradas geneticamente, fornecendo suporte para as exigências atuais e futuras de segurança alimentar, para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável e para a preservação dos recursos naturais.





Referencias
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CHAVES Et al., CICLO DE MATURAÇÃO E PRODUÇÃO DE ETILENO DE TOMATES (Lycopersicon esculentum, Mill.) TRANSGÊNICOS. Campinas: Food Science And Technology, 1998. 18 v. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20611998000100024 Acesso em: 20 de Nov de 2017
DELLA VECCHIA, Paulo Tarcísio; KOCH, Paulo Sergio. Tomates longa vida: O que são, como foram desenvolvidos? Brasília: Horticultura Brasileira, 2000. 18 v. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-05362000000100001 Acesso em: 22 de Nov de 2017
MONQUERO, Patrícia Andréa. Plantas transgênicas resistentes aos herbicidas: situação e perspectivas. Campinas: Bragantia, 2005. 64 v. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052005000400002          Acesso em: 20 de Nov de 2017





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